Como forma de inovar e incentivar os alunos, a escola localizada em Vespasiano oferece o ensino da matemática tolerante ao erro. A prática é baseada na neurociência e, de forma criativa, ensina a disciplina compreendendo o erro como necessário para o aprendizado.
Matemática tolerante ao erro
Quando ingressamos na escola, temos a mentalidade de que é inadmissível cometer erros, seja na resolução de exercícios ou ao responder o questionamento de um professor.
Nesse sentido, é comum que muitos estudantes se sintam pressionados e até mesmo constrangidos, visto que errar pode ser considerado um rótulo em relação ao aprendizado. Porém, uma escola aqui do Brasil decidiu inovar e quebrar esse tabu.
A princípio, o início das aulas está marcado para o dia 6 de fevereiro. Com isso, 48 professores e 60 alunos da rede municipal da cidade de Vespasiano, região Metropolitana de Belo Horizonte, anteciparam o retorno para participar do curso gratuito Docentes Mentalidades Matemáticas (DoMM).
Então, ao longo dessa semana, o grupo irá participar de uma abordagem de ensino de matemática tolerante ao erro, que valoriza questões visuais e criativas, ao invés de considerar apenas os acertos dos estudantes.
Nesse sentido, a prática é baseada em neurociência, e a metodologia foi adotada pela Secretaria de Educação de Vespasiano no início do ano passado.
Enquanto isso, o programa foi elaborado pelo Centro de Estudos Youcubed, que pertence a Universidade de Stanford, e foi implantado no Brasil pelo Instituto Sidarta. No município de Belo Horizonte, a ação é uma parceria do Itaú Social com a prefeitura municipal da cidade.
De acordo com a presidente do Sidarta, Ya Jen Chang, o aprendizado prático do programa ajuda na preparação dos docentes.
O DoMM foi pensado justamente em aliar essa teoria e colocar isso em prática com o feedback da comunidade de aprendizagem. A sala de aula é um ambiente muito solitário, então esse modelo é mais rico pois ajuda a professora a progredir e estar melhor preparada.
Fonte: Estado de Minas Gerais
O programa durou cinco dias e foi dividido em duas etapas diárias. Na parte da manhã, por exemplo, os docentes tinham aulas com as formadoras do Sidarte. Enquanto isso, na parte da tarde, alunos do 5º ano foram incluídos em oficinas com os docentes para praticar o conteúdo aprendido.
A seguir, entenda como funciona a matemática tolerante ao erro.
Matemática visual
Como mencionado, a matemática tolerante ao erro tem como foco o visual e criativo dos alunos ao longo do aprendizado. Por exemplo, uma das atividades propostas no programa foi a “Conversa com Pontos”.
A princípio, os alunos deveriam observar um quadro durante cinco segundos e contar quantos pontos haviam desenhados. A regra é não poder contar um a um.
Desse modo, algumas crianças contaram 11 pontos, outras 12, e também tiveram algumas que contaram até nove pontos. Na dinâmica, o resultado final não importava, pois através do erro é possível entender o raciocínio de cada aluno.
O estudante João Pedro Cruz, de 9 anos, aluno da Escola Municipal Elza Maria Drummond Toledo, disse que as atividades facilitaram o aprendizado da matemática.
Dá para aprender mais fácil coisas difíceis, isso é legal. É uma forma mais prática.
Fonte: Estado de Minas Gerais