O novo Ensino Médio já é uma realidade no país. Os estudantes terão a chance de escolher entre duas ou mais áreas de conhecimento para se aprofundar e especializar. Acompanhe os detalhes:
O que muda em 2023 com o novo Ensino Médio?
A premissa do novo Ensino Médio já está em seu segundo ano de implementação e terá, em 2023, um dos maiores desafios da proposta: dar início à oferta da parte flexível do currículo.
Com ela, os estudantes brasileiros vão poder escolher entre duas ou mais áreas de conhecimento para ampliar seu nível de domínio e compreensão sobre determinados assuntos. Os estudantes escolheram suas opções ainda em 2022, no momento da matrícula.
Nas escolas públicas estaduais, estão disponíveis cerca de 28 trilhas de aprendizagem.
Nesse sentido, elas estão diretamente conectadas a cinco grandes áreas, sendo elas: Ciências Humanas Sociais Aplicadas, Formação Técnica e Profissional, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Linguagens e suas Tecnologias.
Desse modo, cada escola deverá ministrar ao menos duas dessas trilhas. Um dos questionamentos entre especialistas na área da educação, em relação ao novo Ensino Médio, é a oferta restrita nos municípios menores. Isso porque, quase sempre, há somente uma escola com a etapa de ensino.
Por exemplo, a cidade gaúcha de André da Rocha — que inclusive tem a menor população do RS — os estudantes da Escola Amantino Vieira Hoffmann só puderam escolher entre duas trilhas de conhecimento: Educação Financeira e Linguagens Aplicadas ou Vida, Cidadania e Relações Interpessoais.
Ou seja, a proposta da nova grade curricular pode ser um desafio para diversos municípios, especialmente aqueles com maior percentual de população carente e escolas sem oferta do Ensino Médio.
Reforma no Ensino Médio
A princípio, a estrutura curricular do novo Ensino Médio é diferente em cada rede de ensino. Isso porque, além das diretrizes mínimas exigidas, há certa flexibilidade de escolha dentro das escolas.
De forma breve, esse momento de escolha é dividido em duas etapas: a Formação Geral Básica (FGB), composta pelas disciplinas obrigatórias comuns a todos os alunos.
Em seguida, temos os Itinerários Formativos (IFs), que representam os períodos onde o estudante pode optar entre duas ou mais trilhas de áreas de conhecimento para ampliar seu conhecimento.
Na rede estadual do Rio Grande do Sul, por exemplo, os alunos que vão iniciar os estudos no 2º ano do Ensino Médio em 2023 já escolheram uma das trilhas de aprendizagem possíveis em sua escola de preferência. Essas trilhas vão envolver as disciplinas oferecidas no 2º e no 3º ano.
Com o novo Ensino Médio, os alunos do 1º ano terão mil horas. Dessas, 800 serão constituídas pelas disciplinas da FGB. Enquanto isso, as outras 200 serão ministradas em três novas disciplinas: Projeto de Vida, Mundo do Trabalho e Cultura Digital.
Para as turmas de 2º ano, das mil horas, 600 serão de FGB, aumentando, assim, para 400 horas de IF, sendo 67 horas delas obrigatoriamente de Projeto de Vida e o restante de Aprofundamento Curricular (aquelas onde cada estudante poderá escolher).
Por fim, no 3° ano, que será implementado somente em 2024, a proposta é diferente: serão mais horas de IF (cerca de 600), sendo 67 horas de Projeto de Vida, e menos de FGB (400).
O objetivo é que, quanto mais o aluno se aproxima do final do colegial, mais consciente ele estará de qual área de atuação quer seguir.